HISTÓRIA: De carroça, Geraldo Carroceiro conduziu um defunto até o Cemitério de Santa Vitória
Em Santa Vitória, o nordestino Geraldo Benício iniciou função de carroceiro em 1972, quando residia no Bairro Dom Alexandre. Daí em diante, ficou bastante conhecido na cidade por Geraldo Carroceiro, transportando mudanças (que ele não gostava), lenhas, animais, enfim, “de quase tudo um pouco”.
Segundo Seu Geraldo, o carreto mais inusitado, feito por ele, foi o transporte de um defunto, encontrado morto numa vala nas imediações da Rua Francisco dos Reis Goulart com a Avenida Rio Grande do Sul. Havia chovido naquela noite e, provavelmente, o falecido teria se afogado na enxurrada.
“Estava passando lá perto, e o pessoal pediu que eu levasse o defunto, de carroça, até o cemitério, pois não tinha outra condução na hora. Lá, chegando, foi sepultado na cova sem a utilização de um caixão”, recorda.
Geraldo Carroceiro, que não cobrou pelo carreto, lembrou que, naquele tempo, caixão era coisa de luxo. Assim, uma pessoa considerada pobre era enterrada na “terra limpa”.
A profissão de carroceiro, que durou 42 anos, foi interrompida em meados de 2014, quando sofreu um acidente automobilístico. De imediato, vendeu a égua e a carroça e parou de trabalhar.