MG: IMA elabora cartilha sobre doença que acomete tilápias
Direcionada para os piscicultores, norma esclarece as medidas sanitárias aplicadas em operações que estão sendo realizadas
Com informações Agrolink
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), elaborou uma cartilha sobre a Necrose Infecciosa do Baço e Rins (ISKNV), que acomete peixes de diversas espécies, a exemplo da tilápia. Voltada para o setor produtivo da piscicultura, a cartilha traz informações sobre a doença e o cenário em Minas Gerais, onde recentemente foram diagnosticados, até o momento, quatro casos positivos nas 25 pisciculturas investigadas.
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A ISKNV não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida do animal para o homem. Porém, pode trazer prejuízos econômicos para os produtores devido à mortalidade variável entre 40% a 75% nos peixes alevinos e juvenis. Em qualquer categoria de piscicultura, é preciso que o criador observe a condição sanitária de seu criatório. Propriedades e estabelecimentos com animais aquáticos devem ser cadastrados no IMA.
Eduardo Lage, fiscal do IMA e coordenador do Programa de Sanidade de Animais Aquáticos em Minas, informa que a doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em agosto de 2020, no reservatório de São Simão, estado de Goiás, divisa com o estado. A partir desse caso, diversas investigações epidemiológicas estão em andamento.
“Na primeira delas, o IMA inspecionou onze pisciculturas no reservatório de São Simão, sendo que todas deram negativas para a doença. Posteriormente, foi realizada investigação no reservatório de Nova Ponte (MG), município de Perdizes, com coleta de amostras que foram encaminhadas para Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Pedro Leopoldo (MG), as quais deram resultado positivo, confirmando o primeiro foco da doença em solo mineiro. Neste momento, estamos com uma frente de investigação no reservatório de Três Marias, município de Morada Nova de Minas, onde já foram confirmados mais três focos da doença. Concomitantemente, atendendo a um desdobramento de investigação realizada no estado de São Paulo, retornaremos aos reservatórios de Nova Ponte, Três Marias e Furnas e iniciaremos investigações no reservatório da hidroelétrica de Miranda, município de Indianópolis”, detalha o fiscal.
Já foram inspecionadas oito pisciculturas no reservatório de Três Marias, cinco no de Nova Ponte, onze em São Simão e três no reservatório de Furnas. A expectativa é que as vistorias alcancem mais de 50 produtores de tilápias, segundo Lage.
“Estão sendo implementadas boas práticas de aquicultura nessas pisciculturas com ocorrência confirmada do vírus e em outras que estão em risco por serem próximas ou em razão de terem algum vínculo epidemiológico com as pisciculturas foco”, esclarece Lage.
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Fiscalização
O IMA inspeciona as pisciculturas no estado, implantando medidas de limpeza e desinfecção. As ações desenvolvidas estão previstas no Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos (PNSAA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é padronizar os procedimentos sanitários nos estabelecimentos de criação de animais aquáticos, focando na prevenção de doenças infecciosas e parasitárias que afetam o setor.
A doença
Eduardo Lage destaca a importância da cartilha para os criadores. Caso o produtor identifique os sintomas das doenças nos peixes, ou perceba uma mortalidade incomum, é necessário notificar imediatamente pelo e-mail: notifica@ima.mg.gov.br.
Dentre os sintomas da ISKNV estão: peixes no fundo do tanque sem se alimentar normalmente, letargia, respiração anormal (com rápido movimento opercular); mudança na coloração corporal (escurecimento); exoftalmia (olhos saltados para fora das órbitas); e distensão abdominal, além de altos índices de mortalidade em alevinos e juvenis.