SAF, combustível do futuro e etanol: Como Jalles Machado (JALL3) deve lucrar com novas tendências?

Com informações Money Times

Nesta semana, o Agro Times ouviu com exclusividade o CFO da Jalles Machado (JALL3), Rodrigo Penna de Siqueira, sobre os resultados da empresa no segundo trimestre da safra 2023/2024 (2T24) divulgados há uma semana.

Durante a entrevista, o executivo disse como o aumento na cobrança da alíquota do ICMS na gasolina, que deve passar de R$ 1,22/litro para R$ 1,3721/litro a partir de fevereiro de 2024, e o novo Projeto de Lei do Combustível do Futuro, que quer elevar o percentual de etanol na gasolina para 30%, podem beneficiar a empresa.

“Esse ajuste anual na gasolina tem um impacto positivo para o etanol, com espaço para melhores preços, tendo um efeito positivo para Jalles Machado, assim como o combustível do futuro. O aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% demandaria 1,3 bilhão de litros a mais do biocombustível”, explica.

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Potencial do SAF para Jalles Machado

Por outro lado, Siqueira ressaltou como uma regulação e uma meta para o SAF (Combustível Sustentável de Aviação) seriam positiva para a empresa.

“A adição de SAF no querosene de aviação oferece uma perspectiva enorme de demanda de etanol para o futuro. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) fez uma meta de ser net zero (zerar suas emissões líquidas de carbono) até 2050, e, para isso, eles precisam adicionar 65% de SAF no querosene de aviação utilizado, que significa 450 bilhões de litros de SAF. Se até lá o etanol responder por 20% do SAF, estamos falando de 90 bilhões de litros de SAF. Para fazer tudo isso, você precisa de 1,8 litro de etanol para cada um litro de SAF. Sendo assim, há uma demanda potencial de 160 bilhões de litros de etanol”, discorre.

O CFO da Jalles Machado destaca que, atualmente, o mundo inteiro produz apenas 110 bilhões de litros de etanol.

“Existe uma perspectiva futura muito promissora, e o principal driver é o SAF, assim como a substituição na indústria petroquímica para usar o etanol para produção de plástico, mas o SAF é o ‘carro chefe’ para essa enorme demanda”, diz.

O El Niño para a Jalles Machado

Rodrigo comenta que foram registradas chuvas atípicas em agosto e setembro na Unidade Santa Vitória em Minas Gerais, que beneficiaram os canaviais. “Em outubro, vimos acumulados dentro da média e em novembro temos registrado um veranico no Centro-Sul, mas sem efeitos negativos e apenas benefícios para os canaviais, com destaque para a cana soqueira”, finaliza.

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