UHE de São Simão terá retorno de R$ 32,4 milhões por obras para serviços ancilares

Aneel concedeu autorização prévia para instalação de equipamentos mais potentes que tornarão a usina mais versátil

Com informações EnergiaHoje

A instalação de equipamentos para reforçar a capacidade da UHE São Simão (1.710 MW) de prestar serviços ancilares requeridos pelo ONS vai gerar para a SPIC, concessionária da usina, um ressarcimento pelo SIN de R$ 32,43 milhões, conforme decisão tomada hoje pela diretoria da Aneel sobre voto do diretor Ricardo Tili no processo em que a empresa pediu autorização prévia da agência para executar as obras.

De acordo com Tili, os serviços ancilares para os quais o ONS requer que São Simão esteja aparelhada, resumidamente, são três. O primeiro é o auto restabelecimento integral, ou seja, a capacidade da usina sair rapidamente da condição de parada total para de operação sem auxílio externo.

O segundo é o controle secundário de frequência, que é a capacidade de unidades geradoras (UGs) para restabelecer a frequência programada de um determinado sistema. E, por fim, o suporte de reativos, que é a capacidade da usina para receber ou fornecer energia reativa para fins de controle de tensão da rede.

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No caso do auto restabelecimento integral, por exemplo, relatório do ONS, com a colaboração da EPE, constatou que atualmente a usina, última da cascata do rio Paranaíba, conta com apenas um grupo gerador a diesel, de aproximadamente 600 kVA. Mas para execução adequada das operações requeridas ela precisa estar equipada com dois grupos geradores a diesel de 912 e 1.140 kVA.

Os custos desta parte das obras para efeito de ressarcimento serão de R$ 2,62 milhões, sendo R$ 1,59 milhão referente aos dois geradores.
Segundo Tili, o relatório do ONS diz que ‘a funcionalidade de auto restabelecimento integral pela UHE São Simão oferecerá uma abordagem alternativa para o restabelecimento das cargas nos Estados de Mato Grosso e de Goiás’.

Ainda de acordo com a análise do operador citada no voto, ‘esse enfoque mostra-se mais vantajoso do que o procedimento alternativo atual para atender a Área Itumbiara (GO) a partir da UHE Cachoeira Dourada, especialmente em situações de indisponibilidade da UHE Itumbiara’.

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A outra parte da adequação, que consistirá, essencialmente, na conversão das quatro UGs da usina em ‘compensadores síncronos’, exigirá uma ampla gama de equipamentos e serviços, incluindo compressores, motores, vasos de pressão, tubulações e adaptações nas turbinas, com custo total de R$ 29,81 milhões.

As obras agora autorizadas serão executadas simultaneamente ao projeto, já em andamento, de modernização das quatro UGs da usina (427,5 MW cada), com orçamento total de R$ 1 bilhão. A parte de adequação para serviços ancilares será integralmente executada pela Power China, empresa que integra, junto com a GE, o consórcio principal da modernização.

Pelas normas atuais da Aneel (REN 1.062/2023), não é mais necessária a autorização prévia da agência para realização de obras destinadas a serviços ancilares, embora esteja mantido o direito ao ressarcimento. O caso de São Simão foi analisado porque o pedido foi feito na vigência da REN 1.030/2022, que continha a exigência de autorização.

No seu voto, Tili diz que ‘o aumento notável da importância dos serviços ancilares no SIN está diretamente relacionado ao crescimento das fontes de energia renovável intermitentes, principalmente a eólica e a solar, na matriz energética brasileira’.

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Atualmente, a definição de remuneração adequada por esses serviços é uma das principais reivindicações dos concessionários de hidrelétrica. Em nota ao EnergiaHoje, a SPIC disse que a instalação desses novos equipamentos para prestação de serviços ancilares foi uma oportunidade aberta pelo projeto de modernização da usina.

Como serão equipamentos novos e que demandarão a desmontagem completa das UGs para instalação, a empresa disse que o cronograma terá que ser o mesmo da modernização que prevê a primeira UG entrando em operação em 2024 e a última, em 2029.

Ca UHE de São Simão, cuja concessão foi ganha pela empresa de capital chinês em 2017, acaba de receber do Ibama a renovação de sua licença de operação (LO) até 2033.

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