Polícias Civil de MG e CE prendem membros de quadrilha de estelionatários que clonavam WhatsApp
Com informações Samir Alouan
A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Frutal, com apoio da Polícia Civil do Ceará, desencadeou a Operação “Dublê” nas cidades de Fortaleza e Maracanaú, visando prender membros de uma organização criminosa especializada na prática de crimes cibernéticos, cometidos em diversas cidades de Minas Gerais e em outros estados federação brasileira.
Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão preventiva pela Vara Criminal de Frutal. Seis deles foram cumpridos, nesta quarta-feira (23), sendo presos três homens (26, 29 e 38 anos) e três mulheres (45, 36, 28 anos), suspeitos de envolvimento nos crimes. As diligências prosseguem para a localização dos demais investigados.
De acordo com a Polícia Civil de Frutal, os investigados constituíram organização criminosa destinada a praticar crimes de estelionato na modalidade fraude eletrônica, em especial o popular “Golpe do Whatsapp”, obtendo vantagem ilícita ao ludibriar diversas vítimas.
O golpe transcorre da seguinte maneira: os estelionatários efetuam a clonagem do aplicativo WhatsApp pertencente à vítima ou inserem uma imagem de um parente ou amigo no perfil do referido aplicativo. Por meio da utilização de um novo número, o qual afirmam ter sido vinculado ao seu chip em substituição ao anterior, eles requisitam a transferência de quantias em dinheiro via sistema PIX para contas de terceiros, passando-se por conhecidos ou familiares da vítima, manipulando sua boa-fé para obter ganhos ilícitos.
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Conforme a Polícia Civil, os suspeitos teriam aplicado golpes nas cidades de Frutal, Patrocínio, Lagoa da Prata, Nanuque, Uberaba, Poços de Caldas, Uberlândia, Três Corações, Ituiutaba, Santa Luzia, Belo-Horizonte, Araguari, Vespasiano, Iguaçu, Ubá, Ribeirão das Neves, Araxá, Juiz de Fora e Ipatinga. Somente no Estado, eles faturaram a quantia aproximada de R$ 120 mil. Em todo país, o lucro da quadrilha supera a casa de R$ 1 milhão.
Durante a investigação, foi descoberto que a quadrilha abriu aproximadamente 185 contas bancárias visando praticar os golpes financeiros, sendo que a autoridade policial pleiteou à Justiça o bloqueio destas contas e o sequestro de eventuais valores. As representações foram acolhidas favoravelmente pelo Meritíssimo Juiz da Comarca de Frutal.
Os investigados respondem inicialmente pelos crimes de organização criminosa e estelionato na modalidade fraude eletrônica. As investigações, contudo, vão prosseguir para apuração do crime de lavagem de dinheiro objetivando rastrear o montante financeiro angariado pelos golpistas.
A operação policial foi denominada de dublê haja vista que, tal como no universo cinematográfico em que um dublê desempenha ações de risco no lugar do ator, os golpistas, por meio da aquisição da imagem da vítima e de um novo número telefônico, assumem um papel de falsa identidade, agindo em seu nome para praticar golpes financeiros e solicitar dinheiro de parentes e amigos próximos.