Comunidades do Cerrado entram em alerta com período de alta ocorrência de queimadas

SPIC Brasil inicia campanha de conscientização na região da Usina Hidrelétrica São Simão, que envolve municípios de Minas Gerais e Goiás

Com informações Spic Brasil

O Cerrado, um dos principais biomas brasileiros, continua a sofrer com as consequências das queimadas e incêndios florestais, e a estiagem tem acendido o alerta para a situação preocupante na região. Dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que o desmatamento, uma das principais consequências das queimadas, entre janeiro e abril desse ano foi o maior dos últimos cinco anos no Cerrado. Alcançando mais de 2.100 km², o valor aumentou cerca de 14,5% em comparação ao registrado no mesmo período do ano passado.

Situados em regiões de Cerrado, os estados de Minas Gerais e Goiás também têm sido fortemente impactados pelas queimadas. Dados do Corpo de Bombeiros mostram que o período entre julho e setembro são os meses com maior incidência de focos de incêndio, agravando a situação e reforçando a necessidade de medidas preventivas. Só em Minas Gerais, foram atendidas 12.207 ocorrências nessa mesma época do ano passado.

Diante desse cenário, a SPIC Brasil, empresa responsável pela operação da Usina Hidrelétrica (UHE) São Simão, na divisa entre MG e GO, deu início a mais uma campanha de conscientização para as consequências das queimadas para o meio ambiente e saúde humana. A iniciativa tem como objetivo alertar a população sobre o prejuízo coletivo e importância de se prevenir, conservar e agir contra o problema. Boa parte dos 13 municípios mineiros e goianos que compõe a região do reservatório da UHE São Simão será atingida pelas ações de comunicação.

“Nossa preocupação é em alertar para a escalada dos danos das queimadas ao meio ambiente e à nossa própria saúde. Percebemos anualmente na nossa região o agravamento de doenças respiratórias por conta da fumaça, a deterioração do nosso solo e recursos hídricos, até mesmo o aumento da gravidade de acidentes de trânsito em rodovias atingidas por incêndios florestais. Reverter essa situação é um compromisso de todos, incluindo nós da iniciativa privada, que atuamos e nos preocupamos com toda a comunidade”, destaca Miguel Conrado, gerente de Meio Ambiente da SPIC Brasil.

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Impactos na saúde se agravam

A fumaça das queimadas, somada à poluição causada pela queima de combustíveis fósseis nas cidades, tem um impacto significativo na saúde respiratória e cardíaca da população.

A enfermeira da UHE São Simão, Natália Macedo, destacou os principais problemas respiratórios nesse período: “A fuligem no ar e o calor gerado podem resultar em doenças respiratórias de vias aéreas superiores e inferiores, como rinites e asma. Grupos mais vulneráveis, como crianças menores de quatro anos e idosos, são especialmente afetados, uma vez que a exposição prolongada pode levar a complicações mais graves.”, indica.

O período de seca intensifica os riscos à saúde, tornando crucial a adoção de medidas de prevenção aos incêndios. Os sintomas mais comuns causados pelas queimadas incluem congestão nasal, coriza, dor de cabeça, tosse e falta de ar. Caso os sintomas persistam e comprometam o bem-estar geral, Natália sinaliza que é fundamental buscar atendimento médico.

Queimada é crime ambiental grave

Para combater essa questão ambiental, a Capitã Thaise Rodrigues Rocha, representante dos Bombeiros de Minas Gerais, destacou a importância de denunciar atividades suspeitas que possam ocasionar incêndios. O contato pode ser feito pelo número 193 para o Corpo de Bombeiros da região ou através do Disque Denúncia Unificado pelo número 181, garantindo o sigilo das informações.

Queimadas geram diversos impactos ao meio ambiente e por isso as queimadas agrícolas e florestais não autorizadas são consideradas crimes ambientais. A prática pode acarretar multas expressivas, chegando a até R$ 50 milhões, conforme estabelecido pela legislação brasileira.

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