Piscicultura em Minas, que inclui Ipiaçu, cresce mais que média nacional
Estado teve expansão de mais de 11% em 2022, segundo Anuário Peixe BR
Com informações Diário do Comércio
A piscicultura em Minas Gerais vem crescendo a níveis superiores à média nacional. Em 2022, foram produzidas 54.700 toneladas de peixes de cultivo, uma expansão de 11,46% frente a 2021, quando a produção somou 49.100 mil toneladas. A tendência é que os resultados continuem em alta ao longo de 2023. No mesmo período, a produção brasileira de peixe de cultivo chegou a 860.355 toneladas, representando aumento de 2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021.
Conforme o levantamento realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), desde que a entidade oficializou as estatísticas do setor em 2014, a evolução da produção de peixes de cultivo no Brasil já chegou a 48,6%, representando um acréscimo de 281.555 toneladas ou de 5,4% ao ano.
A tilápia continua a ser o peixe mais cultivado no Brasil. No ano passado, foram produzidas em todo o País 550.060 toneladas, volume que representou 63,93% da produção nacional de peixes de cultivo.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, a produção de peixes é a que mais cresce entre as proteínas.
“Desde 2014, tivemos um crescimento de 5,4% em média ao ano, uma das maiores taxas de crescimento frente às demais proteínas. Vamos continuar em crescimento e pretendemos encerrar a década atual com a produção em 1 milhão de toneladas”, explicou.
Em relação a Minas Gerais, Medeiros classifica o resultado de 2022 como surpreendente. O aumento de 11,46% na produção permitiu que o Estado fechasse o ano passado ocupando a 4ª colocação entre os maiores estados produtores, perdendo apenas para Paraná, São Paulo e Rondônia. Nos últimos três anos, Minas saiu da 7ª posição, em 2020, para a 5ª em 2021 e, agora, para a 4ª.
“Em 2022, Minas apresentou a maior taxa de crescimento na produção da piscicultura no Brasil, com um aumento de mais de 10%. Isso é resultado dos investimentos feitos pela cadeia, que se difere de vários outros estados, sendo a maior parte dos empresários investidores de pequeno porte, tanto na produção como na indústria”.
—–CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE—–
Ele explica ainda que o principal arranjo produtivo do Estado está em Morada Nova de Minas, na região Central. “O município tem sete frigoríficos e está construindo mais. A cidade vive da produção de peixes. Se a cidade fosse um estado, seria praticamente o 8º maior produtor do Brasil”.
Além de Morada Nova de Minas, que é o maior produtor do Estado, também se destacam os municípios de Ipiaçu, em segundo lugar, seguido por Guapé, Araguari e Alfenas.
No Estado, a espécie mais produzida é a tilápia, cuja produção chegou a 51.700 toneladas em 2022. Em seguida, estão os peixes nativos – 2.200 toneladas – e outros – carpa, truta e panga, principalmente – 800 toneladas.
Conforme os dados do Anuário da Peixe Br 2023, Minas Gerais tem alto potencial para produção de pescados, pela riqueza hídrica com mais de 5.000 quilômetros quadrados de espelhos d’água e proximidade com o mercado consumidor.
O Estado também tem avançado pelo suporte prestado por instituições e profissionais com capacidade técnica e operacional para apoiar os produtores. Um passo importante foi a reorganização da Peixe MG (Associação dos Piscicultores de Minas Gerais), que tem atuado junto ao governo e à cadeia produtiva na organização setorial da atividade.
Em relação ao desempenho em 2023, Medeiros é otimista e espera um crescimento da produção nacional acima do registrado em 2022. Ele explica que ao longo do primeiro semestre do ano passado, os preços pagos pela tilápia não acompanharam o aumento dos custos, o que desestimulou os alojamentos. Porém, ao longo do segundo semestre, com a menor oferta, os preços se recuperaram e, até hoje, estão em patamares interessantes para os produtores.
“Em 2023, acredito que nós teremos uma produção bem superior à de 2022. Esperamos isso, em primeiro lugar, pelo peixe que já está alojado e, em segundo, provavelmente pela produção que será alojada neste primeiro semestre, uma vez que os preços estão aquecidos, o que estimula a produção”, finalizou.