Operação ‘After’: Mais de 200 mandados são cumpridos em MG e outros sete estados

Ação é um desdobramento da Operação “Balada”, iniciada em outubro de 2021. De acordo com a Polícia Federal, alvos são organizações criminosas especializadas no tráfico de drogas, milícia armada e lavagem de dinheiro.

Com informações G1 Triângulo e Alto Paranaíba

Mais de 200 mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos em UberlândiaItuiutaba e mais 25 cidades do Brasil durante a Operação ‘After’, na manhã desta terça-feira (8). A ação é um desdobramento da Operação Balada, que desarticulou uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro em 2021.

De acordo com a Polícia Federal, são 110 mandados de prisão e mais de 130 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais e outros seis estados.

Apreensões durante operação 'After' — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Apreensões durante operação ‘After’ — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Entenda a Operação Balada

A ação foi desencadeada no dia 5 de outubro de 2021 e ao menos 100 alvos foram presos e encaminhados para as unidades prisionais em Uberlândia. Mandados também foram cumpridos em outras cidades de Minas Gerais, além dos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Em Uberlândia96 presos foram levados até o Presídio de Uberlândia I, sendo 94 detentos homens e as duas advogadas. Já as outras 24 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária de Uberlândia I.

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Dinheiro apreendido durante operação Balada, realizada pela PF de Uberlândia, foto de arquivo — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Dinheiro apreendido durante operação Balada, realizada pela PF de Uberlândia, foto de arquivo — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Outros estados

Em Alagoas,foi preso o principal responsável pelo tráfico de drogas no Triângulo Mineiro, de acordo com a PF. Ele estava em um hotel de luxo da capital alagoana, onde passaria a semana, e era conhecido por realizar viagens caras e ter gosto refinado.

No Espírito Santo, foi preso um suspeito de ser fornecedor de drogas. No Mato Grosso, foram seis mandados de prisão.

A Operação “Balada” tem esse nome pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a realização de diversas festas de luxo, sendo algumas até em outros países com altos gastos com uso de iates e carros esportivos.

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Esquema

A organização investigada operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido e utilizava insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.

Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.

Além de tráfico de drogas, o grupo também atuava no tráfico ilegal de armas de fogo. As armas eram comercializadas e, em seguida, destinada a grupos especializados no tráfico de drogas e roubos a banco no Triângulo Mineiro, além de uma facção criminosa no Rio de Janeiro (RJ).

Imagem de arquivo: grande quantidade de fuzis e pistolas apreendidos durante operação em Uberlândia (foto de arquivo de março de 2020) que faz parte da investigação da Operação 'Balada'  — Foto: Polícia Militar/Divulgação
Imagem de arquivo: grande quantidade de fuzis e pistolas apreendidos durante operação em Uberlândia (foto de arquivo de março de 2020) que faz parte da investigação da Operação ‘Balada’ — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Lavagem de dinheiro

Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo.

A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões tenham sido movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias, os bens identificados e cerca de 100 imóveis foram bloqueados por determinação judicial.

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