Bolsonaro diz que não vai vacinar filha de 11 anos, contrariando indicações da ciência
Presidente deu declaração durante visita a Santa Catarina nesta segunda-feira (27). Declarações de Bolsonaro contrariam indicações da ciência.
Com informações G1 e CNN Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (27) que a filha dele, de 11 anos, não será vacinada contra a Covid-19, apesar da resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que autoriza a imunização de crianças de 5 a 11 anos.
“O que posso falar é o que estão nas notas da Pfizer. Tenho conversado com o [ministro da Saúde, Marcelo] Queiroga nesse sentido. Ele, dia 5, deve citar normas de como devem ser vacinadas as crianças. Eu espero que não haja interferência do Judiciário. Espero, porque a minha filha não vai se vacinar, estou deixando bem claro. Ela tem 11 anos de idade”, declarou Bolsonaro.
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“A questão da vacina para crianças é uma coisa muito incipiente, o mundo ainda tem dúvidas, e não vem morrendo crianças que justifique uma vacina emergencial. Não justifica isso aí. Então a decisão passa, obviamente, pelo Ministério da Saúde, e após ter aberto consulta pública o Queiroga vai se manifestar no dia 5 de janeiro”, acrescentou o presidente.
Em live transmitida no dia 16, ele havia afirmado que decidiria com a primeira-dama Michelle Bolsonaro se a filha seria vacinada.
Ministério já recomendou vacinação de crianças, mas prescrição médica é questionada
Apesar da posição do presidente e da consulta feita pelo Ministério da Saúde, a pasta já recomendou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. De acordo com o documento publicado na última sexta-feira (24), a imunização desse público deverá ser realizada com a autorização dos pais ou responsáveis e com a prescrição médica.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, também na sexta-feira, que o governo federal explique em cinco dias a exigência de prescrição médica para a vacinação infantil contra a Covid-19.
A vacinação de crianças é defendida por médicos e autoridades estaduais de saúde. O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) afirmou que não será necessário apresentar uma prescrição médica para a vacinação de crianças.
De acordo com a Anvisa, a dosagem da vacina para esta faixa etária será ajustada e menor (um terço) que aquela utilizada por maiores de 12 anos. A proposta é ter frascos diferentes, com dosagem específica para cada grupo. Os frascos serão diferenciados pela cor, roxa para adultos e adolescentes e laranja para crianças, de acordo com a Pfizer.