Empresário de Capinópolis defende modelo intermodal para escoamento da produção do sudeste e centro-oeste

Vereador Luciano Belchior, deputado federal Newton Cardoso Júnior e o empresário Paulo Roberto, da Elite Confinamento e do Grupo Transcap

Com informações DeBrasília

Além dos muitos entraves burocráticos, o segmento produtivo no Brasil enfrenta gargalos para escoamento da produção. Com o agro, a realidade não é diferente – a despeito da retomada de obras que foram lançadas e incidas em governos anteriores e nunca concluídas, há um déficit de ações que busquem a integração de distintos modais de transporte.

Preocupado com essa realidade, o empresário Paulo Roberto Nascimento Filho esteve em Brasília, acompanhado pelo vereador Luciano Belchior (MDB) de Capinópolis, onde apresentaram ao deputado federal Newton Cardoso Junior (MDB-MG), na última quinta-feira (16), as linhas gerais do Projeto de Desenvolvimento Nacional Intermodal Sudeste-Centro Oeste que objetiva implementar um modal convergente entre transportes rodoviário, ferroviário e fluvial.

A mudança de fluxo começa no Salto Corumbá, em Goiás, e valendo-se de conhecimento da realidade de toda a região, chega ao Porto de Santos ou mesmo a Paranaguá (PR), racionalizando o transporte da produção de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, polos do agro e com potencial de crescimento.

“Na verdade, podemos ter aqui em nosso país um Mississipi em termos de utilização das águas, claro que com investimentos e racionalização do uso de estruturas já existentes, como algumas rodovias, a malha da Norte Sul e a navegabilidade do Tietê”, discorre ele, entusiasta da proposta de “encontrarmos alternativas que sejam ambientalmente recomendadas e que também impliquem em ganho de tempo, de qualidade de vida e de rentabilidade de todos os envolvidos”.

Como exemplo, ele cita o caso dos caminhoneiros que hoje transportam o gado em longas distâncias – algo que o projeto transfere para as ferrovias e mesmo via hidrovias.

“Nesta perspectiva, em lugar de uma viagem por semana, o caminhoneiro poderá fazer duas ou três viagens em distâncias mais curtas e que geraria a mesma renda e muito menos desgaste do profissional”, enfatiza Paulo Roberto.

Um redesenho necessário

No encontro com o parlamentar, Paulo Roberto enfatizou que se trata de obra que irá mudar o perfil de regiões altamente produtivas de carne, grãos e açúcar.

“A ideia de tirar a atual dependência que temos de um modal é importante para que os empresários possam ter mais garantia de investimentos e principalmente do escoamento da produção”, continua ele, entusiasta do projeto ao ponto de ter sobrevoado várias vezes a região exatamente para ter certeza da viabilidade da proposta.

Com a receptividade obtida junto ao parlamentar mineiro e também com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, Paulo Roberto pretende estruturar um anteprojeto que contemple todas as peculiaridades.

“Se nós conseguirmos sensibilizar as autoridades, estaremos fazendo uma verdadeira revolução em termos de infraestrutura, exatamente o setor mais carente do País e trazendo uma proposta diferente, um desenho novo para algo que se esgotou em si e que tem impedido que novos negócios surjam numa região que tem imenso potencial para ganho de produção”, diz Paulo Roberto, lembrando a trajetória da sua família, intimamente ligada ao agro e com mais de 70 anos de atuação no setor em Capinópolis, cidade no pontal do Triângulo Mineiro, divisa com Goiás e Mato Grosso do Sul.

“Nós não podemos assistir passivamente às conversas de que tudo em nosso País é impossível e, dentro daquilo que eu acompanhei meus pais fazendo na questão do confinamento de gado, eu digo que nada justifica que continuemos reféns de um modelo que foi um avanço em relação ao passado de levar gado pelas estradas, mas que nós não podemos continuar subutilizando algo que a natureza nos deu, que é o curso dos rios, ou aquilo que já foi feito, a ferrovia Norte-Sul”, explana ele com o entusiasmo de quem sabe que, perto do que já foi feito, “os desafios são plenamente superáveis e esperamos entregar um anteprojeto com estudos preliminares e de viabilidade ao ministro Tarcísio em breve”, concluiu ele.

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