Frente Nacional de Prefeitos quer efetivar consórcio de vacinas até o fim do mês
Em Minas, mais de 50% dos municípios já encaminharam interesse na aquisição de doses contra a Covid-19.
Com informações O Tempo
“A situação do Brasil é crítica. Somos o epicentro da epidemia no mundo”. A declaração é do coordenador de Articulação Política da Frente Nacional de Prefeitos, Jeconias Rozendo Jr.
Em entrevista ao Super N, nesta quarta-feira (10), ele manifestou preocupação com o andamento do Plano Nacional de Imunização, por parte do governo federal.
Segundo ele, a imunização sofre os reflexos da dificuldade de negociação do Brasil, com países e laboratórios, para aquisição de novas doses. Para Jeconias, a carta do Ministério da Saúde, endereçada ao embaixador da China, com pedido de ajuda para fornecimento de novas doses, se configura como uma prova de que o governo não está cumprindo o que é de responsabilidade dele na pandemia. Uma das justificativas para a dificuldade de negociação, segundo ele, está nos entraves diplomáticos.
“A gente acredita que o país vem sofrendo uma restrição nas leis diplomáticas muito grande. É noticiado diariamente a dificuldade que o governo federal está tendo para ampliar as suas bases diplomáticas. Até essa carta de ontem para a embaixada chinesa, curiosamente subscrita pelo secretário executivo e não pelo ministro, é um reflexo do que foi feito lá atrás quando a China foi criticada por alguns membros do governo federal como causadora da pandemia”, afirma.
Nesse cenário, Jeconias Rozendo Júnior afirma que a Frente Nacional de Prefeitos surge como uma alternativa para que prefeitos e governadores possam garantir a vacinação em suas bases. Segundo ele, diferentemente do governo federal, a FNP possui protagonismo no diálogo com entidades internacionais.
“A Frente Nacional de Prefeitos possui pontes consolidadas com várias entidades internacionais. Os municípios são protagonistas e a gente acredita que isso pode ser uma alternativa pra que alguns desses atores queriam, independentemente do governo federal, ter no consórcio uma alternativa para colocar a vacina no país”. Ele conclui dizendo que a intenção do consórcio “não é criar distinção entre os brasileiros e sim, vacinar todos os brasileiros”. Para Jeconias, ser prefeito em tempo de pandemia “é um ato de coragem”.
A expectativa da Frente Nacional de Prefeitos é de que o consórcio esteja constituído até o fim do mês de março, para que então, a entidade possa dar início às negociaçõs para aquisição das vacinas.
Segundo o coordenador de Articulação Política da Frente Nacional de Prefeitos, Jeconias Rozendo, “uma assembleia de constituição do consórcio está prevista para o próximo dia 22”. Para ele, todo esse impasse é reflexo do que não foi feito meses atrás.
Ele ressaltou que hoje existem no mundo mais de duzentas vacinas contra Covid em produção. Vinte já foram aprovadas no mundo. “É muito ruim ficar restrito a dois laboratórios”, desabafa.
Segundo ele, enquanto o consórcio não se viabiliza do ponto de vista jurídico, as tratativas com as empresas farmacêuticas seguem em andamento. Mas elas não são fáceis. “É um processo complicado”, reconhece.